"Esvazie sua xícara primeiro, só então você poderá provar meu chá. Afinal de contas a utilidade da xícara está em poder esvaziar-se. Abra sua mente para receber novas idéias."

(Bruce Lee)_

Muitos podem achar que a esgrima é uma luta ou uma arte marcial. Mas na verdade é um jogo. Não é luta pois não existe contato físico entre os esgrimistas (também chamados atiradores), apenas suas armas se tocam ou tocam no adversário. Por isso o correto é dizer "o jogo de esgrima" e não a "luta de esgrima". São três armas, com diferenças na regra e apresentação: Florete, espada e sabre.

Como atividade física, trás inúmeros benefícios para o corpo e mente, pois é o desporto que atua diretamente com a formação do caráter e parte psicomotora do praticante, dentre quais podemos destacar: melhorias de postura, memorização, tomada rápida de decisões, concentração, reflexos, acuidade visual e auditiva, etc... Além disso, pode ser praticado por qualquer idade, pois são ensinadas as técnicas e precisão dos movimentos onde muitas vezes, a experiência de vida sobressai à força física. O próprio Bruce Lee estudou um pouco de esgrima para melhorar seu poder de alcance dos socos nos JKD e também para melhorar seus reflexos de defesa.

Hoje, definido à velocidade com que ocorrem os ataques, os combates são travados com o auxílio de equipamentos elétricos que marcam melhor os toque ( pontos) dados.

Florete

É uma arma boa para o início da aprendizagem. Começou como um brinquedo nas cortes européias, mas posteriormente, se viu o seu poder mortal e adquiriu o status de arma. O florete exige postura, agilidade, equilíbrio e flexibilidade além de um agudo senso de tempo de reação que caracteriza todos os esgrimistas fascinados por este desporto. Medindo 90 centímetros com lâmina, a arma inclui o copo (ou casoleta, em italiano) e punho (as partes pelas quais o esgrimista protege e segura a arma, respectivamente) são menores do que na espada (que protege a mão toda — zona válida, na espada), e no sabre (que tem proteção adicional para o braço) facilitando o manejamento ágil da arma. A lâmina de forma trapezoidal é mais flexível do que a da espada, mas não tanto quanto a do sabre.

O atirador , pode tocar com a ponta em todo o tronco do adversário, área coberta pelo casaco de esgrima. É a mais popular, comumente utilizada por aqueles que começam a aprender a arte das armas brancas do esporte. Com uma lâmina flexível e leve, proporciona mais leveza ao toque. Além disso, tradicionalmente era a única arma com que as mulheres podiam competir.

É uma arma de convenção, onde existe “direito de passagem”, ou seja, quem começa o ataque tem prioridade de ganhar o ponto se houver toque simultâneo, mas se errar o ataque ou se o adversário se conseguir defender, antes da resposta, a vantagem passa para o adversário. No caso de acontecer toques em simultâneo, sem prioridade, ninguém pontua.

O Florete exige uma maior precisão nos toques, em função da menor área de pontuação e o primeiro a atacar tem prioridade sobre o outro, obrigando-o a responder. A parte do florete que protege a mão é ligeiramente menor, visto não serem válidos toques na mão. O colete utilizado é metálico, para distinguir a zona válida e não-válida.

Espada

É a arma que mais representa os duelos que originaram a esgrima esportiva séculos atrás, descendendo diretamente de uma arma chamada rapieira. A espada por ser uma arma onde se pode atingir o corpo todo do adversário, deve-se jogar numa posição mais vertical. Assim sendo, ela é uma arma boa para jogadores mais altos especialmente aqueles que não tem tanta agilidade para se flexionarem como no florete ou no sabre. Não quer dizer que os esgrimistas ágeis não possam jogar, mas nota-se que é, das três armas, a mais adequada aos indivíduos altos. Outro motivo para não se agachar muito com o jogo da espada é para não deixar o joelho muito a frente, pois o torna um alvo exporto e aumenta as chances do esgrimista ser tocado.

A lâmina, mais dura de todas três armas produz um toque forte e pontiagudo, principalmente quando tocado na máscara do oponente. Não se usa colete, só traje completo.

Sabre

Exclusivo dos homens, o sabre é a arma de duelo mais violento e ágil. Se a espada representa os duelistas, o sabre representa os cavaleiros armados com espadas talvez por isso a zona de marcação de pontos seja apenas acima da cintura: atacando outro cavaleiro, não teria sentido atacar as pernas do oponente, visto que o adversário estaria montado. Atacando um adversário a pé, a única zona a ser atingida seria acima da cabeça.

O sabre possui a lâmina mais flexível das três armas, por isso exige rapidez e reflexos impecáveis. O toque (ponto) pode ser feito com a ponta e com a lâmina ( por isso o sabre tem um copo que protege mais a mão) . Em contraste aos toques violentos da lâmina, também é comum o esgrimista ser tocado, durante um combate, e nem sentir. Isso acontece porque o atacante pode usar o sabre como um chicote em que a lâmina é tão flexível que nem o bloqueio do adversário poderá bloquear a parte frontal da lâmina do adversário que se dobra por cima da lâmina do defensor.

O esgrimista apenas pontua se tocar no tronco, braços ou cabeça do adversário e assim como o florete, é uma arma convencional. Como os braços são um alvo possível não se usa um colete metálico como no Florete mas sim um casaco metálico.

Como no florete, no sabre, também se aplica a regra do “direito de passagem”, ou seja, quem começa o ataque tem prioridade de ganhar o ponto se houver toque simultâneo, mas se errar o ataque ou se o adversário se conseguir defender, antes da resposta, a vantagem passa para o adversário. No caso de acontecer toques em simultâneo, sem prioridade, ninguém pontua.