segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

REFLEXÕES - NÃO HÁ ATALHOS




Esta semana fomos agraciados pelo envio de um texto que eu particularmente considerei universal. O texto original foi publicado pelo Shihan (Mestre) de Ninjutsu Duncan Stewart. A tradução foi primorosa e feita pelo Shidoshi-Ho Galleni Junior, da Bujinkan Shinmuryô Dojô. Vale a pena ler o texto na íntegra, pois apesar de ter sido escrito para estudantes de ninjutsu, pode enriquecer bastante praticantes de quaisquer artes marciais ( basta que troque o nome ninjutsu pelo da sua arte). Solicitamos que os comentários sejam feitos no post original, a fim de enriquecer as discussões.

Basicamente, o texto fala da importância de se ter uma boa base tecnica a fim de não perder o foco do treinamento. Hoje em dia isto é particularmente importante, pois com a grande facilidade a informações (vídeos, internet, livros), é maior a possibilidade do praticante -principalmente o iniciante - erroneamente "descobrir novas técnicas " , não aprender nada e acreditar que sabe muito. É certo que o momento de escolher entre trilhar o proprio caminho ou manter-se em um sistema já existente chegará - no momento certo - para todos, mas essa é uma decisão reservada a quem já tem um excelente domínio técnico, ou seja, os shihan.

Abaixo destacamos as idéias principais do texto:
  • Basicamente, toda técnica base (kihon) tem variações (henka) , É comum o praticante eventualmente preferir executar a henka que eventualmente podem se adaptar mais (ao biotipo do praticante (do tori ou do uke), ao tipo do ataque, à situação específica, etc. Entretanto, quando o Henka (variação) não funciona, é uma boa indicação que o kihon precisa ser melhor estudado;
  • Os Shihan (mestres) primeiramente aprenderam e dominaram as formas originais dos Katá, para só então transcende-los. Em última análise : shu, ha, ri (manter/aprender a forma, quebrar a forma e deixar a forma);
  • Esse processo de aprendizado e superação não pode ser apressado e só pode ser conseguido através do treinamento. Pode ser que demore anos. As deficiências precisam ser corrigidas ou se tornarão vícios difíceis de serem corrigidos no futuro. Queimar etapas é semelhante a tentar correr antes de aprender a andar;
  • Não existem atalhos. Não é só a constante auto-reavaliação através do treinamento correto em corpo, mente e técnica. E, quando se fala em treinamento se considera desenvolver e unificar 3 pontos fundamentais: Shin, Gi e Tai (Espírito, Técnica e Corpo) ;
  • Todos os alunos devem seguir o mesmo caminho. Se você não pode aceitar isso, não comece a treinar. Só depois de uma certa habilidade for atingida é que você poderá começar a treinar com mais de seu próprio jeito. Este momento na Bujinkan é quando se atinge o nível de Godan (5º Dan);
  • O Budô não se trata de poder ou força. Tem a ver com a força e o poder do alinhamento correto do corpo e da técnica. Com a técnica correta, o poder virá;
  • Não se concentre na força, concentre-se na técnica, em seu espírito e em seu corpo. Com perseverança e treinamento focado durante muitos anos, todos nós podemos chegar a ter habilidades como os Shihan;
  • Você deve ter a capacidade de observar e discernir. Não se iluda! Mesmo no Japão há falastrões que enganam a muitos. Como separar o joio do trigo? Pesquise e analise os fatos;
  • A única maneira de compreender esta arte é experimentar ambos os lados do treinamento. Isto é, o lado de Uke e o lado de Tori. Ambos iguais a 50%, de modo que, juntos, estará recebendo 100% do treinamento. Se você não pode ser um Uke, você realmente só aprenderá 50% da Arte Marcial. Se o seu ego não permite que se entregue, então você não vai aprender. O treinamento é compreender seu espírito e o Rokkon Shojou: a arte de purificar seus sentidos.




O shidoshi-ho Galleni Junior é 2º dan em ninjutsu e apaixonado pela arte shinobi.


Imagens: Divulgação

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